GANHAM O ESTADO E A SOCIEDADE

Secretário de Segurança do Rio vê legalização do jogo do bicho como solução

José Mariano Beltrame acha que atividade poderia ser formalizada

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou que não se oporia à descriminalização do jogo do bicho. De acordo com ele, porém, o Estado teria de se adaptar para formalizar a atividade, impondo obrigações e definindo direitos a todos os envolvidos, desde o apontador até os chamados “patronos”.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de segunda-feira (28), Beltrame citou algumas medidas que poderiam ser tomadas para regularizar o jogo.

- Acho que poderia legalizar sem problema, mas dentro de uma estrutura formal de direitos e obrigações. O Estado teria de supervisionar e se reestruturar. O apontador, por exemplo, teria carteira assinada e o Estado precisaria arrumar um jeito de arrecadar impostos.

O secretário contou que uma vez acompanhou a detenção de um apontador do jogo do bicho. Ao chegar à delegacia, o homem, que já tinha sido flagrado outras 14 vezes, foi fichado e liberado. A justificativa dos policiais foi de que se trata de um crime de menor potencial ofensivo.

- Eu não entendi isso. Achei que depois de tantas vezes pudesse se transformar em um crime de médio potencial [brincou]. Se não resolvermos isso, vamos ficar prendendo e soltando as pessoas. Isso desmoraliza a polícia.

Iniciada por volta de 1982, a prática do jogo do bicho criou raízes no Rio de Janeiro. Por isso, o secretário considera complicado lutar contra um processo histórico e que já faz parte da rotina de muita gente.

- Isso começou com o zoológico do Rio, é uma questão muito grande que já ganhou tentáculos, está enraizada. É difícil combater esse tipo de coisa. (Com informações do R7 - Rio)