GANHAM O ESTADO E A SOCIEDADE

Desestatização dos jogos

O longo período de proibição dos jogos no Brasil, 77 anos, teve um debate aquecido esta semana, com senadores contra e a favor da liberação dos jogos de azar ou da sorte, rumo ao Marco Regulatório. O Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL), escreveu para a coluna Repórter Brasília destacando a abordagem sobre a Desestatização dos Jogos de Azar e Jogos da Sorte.

 

O presidente do IJL, Magnho José, afirmou que “o longo período de proibição dos jogos no País, acabou rotulando equivocadamente esta atividade como uma questão moral, a exemplo do aborto, união homoafetiva e das drogas. Questões religiosas, políticas, ideológicas, sempre acabam contaminando o debate sobre a legalização dos jogos”, acentuou.

 

Cenário no Brasil

A legislação proibitiva, segundo atesta o Instituto Brasileiro Jogo Legal, não alterou o cenário de ilegalidade do jogo no país, que movimenta, anualmente, em apostas clandestinas cerca de R$ 20 bilhões contra R$ 14,5 bilhões do jogo legal.

 

Impostos e Tributos

Segundo estudo do Instituto, “o mercado de jogos do Brasil tem potencial de arrecadar cerca de R$ 66 bilhões bruto, ou cerca de R$ 19,8 bilhões por ano em impostos e tributos. As outorgas, concessões e licenças acrescentariam a esta arrecadação mais de R$ 6,7 bilhões antes mesmo da implantação destas operações no país. Além dos impostos, outorgas e investimentos, a criação de um marco regulatório para este setor poderia gerar mais de 208,5 mil novos empregos, além da formalização de 450 mil somente com o jogo do bicho”.

 

Pior é a Clandestinidade

“Sempre existirá posições contrárias em relação aos jogos, mas o pior dos quadros é a clandestinidade. Manter os jogos a margem de lei é uma forma de alimentar outra indústria, muito mais perigosa e que provoca danos à sociedade: a corrupção, os esquemas de propina e a chantagem política”, explica Magnho José, presidente do IJL.

 

Proibição do Jogo 

É notório, que não existe registro em nenhum país do mundo, experiência de sucesso do ponto de vista social, econômico e da segurança pública, entre aqueles que optaram pela proibição do jogo ou simples afastamento do Estado no controle desta atividade.

 

Situação no Parlamento

A criação do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil poderá ocorrer através do substitutivo aprovado pela Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos ao PL 442/91 (20 PLs apensados) na Câmara dos Deputados em agosto de 2016 e o PLS 186/14, no Senado Federal, sendo que as duas propostas estão prontas para votação no Plenário das duas Casas Legislativas.

 

Jogo legal ou ilegal 

O dirigente do Instituto, por fim, destaca a abordagem feita pela coluna Repórter Brasília que “o brasileiro não está proibido de jogar, o Brasil é que está impedido de arrecadar com os jogos. Só existem duas opções: jogo legal ou ilegal, pois a opção “não jogo” é impossível”, concluiu.

 

Edgar Lisboa