GANHAM O ESTADO E A SOCIEDADE

Pesquisador defende legalização do jogo na Globonews

Luiz Carlos Prestes Filho foi o coordenador editorial da revista “O Tempo Livre como Ativo Econômico – o jogo entre o lícito e o ilícito” da Coppe/UFRJ

Em entrevista ao programa ‘Diálogos’ do jornalista Mario Sergio Conti, sobre o Carnaval, exibido pela Globonews na quinta-feira (19), o escritor e pesquisador Luiz Carlos Prestes Filho voltou a defender a legalização do jogo no Brasil, informa o Boletim de Notícias Lotéricas - BNL.

Prestes Filho foi o coordenador editorial da revista “O Tempo Livre como Ativo Econômico – o jogo entre o lícito e o ilícito”, editada pelo Centro de Referência em Inteligência Empresarial da Coppe/UFRJ, com 18 textos de especialistas no tema e personalidades importantes da sociedade, distribuídas em 118 páginas, como o economista Carlos Lessa, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho – Boni, Zeca Pagodinho e o signatário desta Coluna.

Na abertura do programa, Prestes corrige Mario Sergio Conti ao explicar que o samba enredo da escola não elogiava e nem defendia a ditadura da Guiné Equatorial e que aquele país não só mantém relações diplomáticas e comerciais com o Brasil, mas como também é parte integrante da comunidade de países de língua portuguesa cuja carta de princípios, textualmente, impõe e incentiva a troca de relações culturais entre os países membros.

Questionado sobre a participação dos operadores do jogo do bicho no patrocínio das principais escolas de samba do país, Luiz Carlos destacou a importância desta parceria.

“Nós temos que encarar o Brasil real. Nós temos que encarar o Brasil do jeito que ele é. Estes homens [contraventores] de fato contribuíram para o Carnaval chegar aonde chegou. Em se transformar, não somente, no maior espetáculo popular da terra, mas na minha versão de hoje coloco o Carnaval como o maior megaevento cultural do mundo. Por quê? Porque o Carnaval do Rio de Janeiro deste ano recebeu um milhão de turista e, movimentou cerca de R$ 2 bilhões, com investimentos de R$ 80 milhões para que esta festa acontecesse e tivesse este resultado. A Copa do Mundo de Futebol no Rio de Janeiro, possivelmente com todos os equipamentos e recursos para infraestrutura foram investidos cerca de R$ 10 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão somente no Maracanã, e a Copa do Mundo trouxe para o Rio de Janeiro, em 30 dias, 300 mil turistas e um movimento financeiro de R$ 2 bilhões, sendo que o Carnaval em 15 dias foram R$ 2 bilhões e a Copa do Mundo em 30 dias R$ 2 bilhões, sendo que 300 mil turistas”, comentou Prestes.   

Mario Sérgio Conti então perguntou: “Não seria mais fácil legalizar, por exemplo, o jogo do bicho e tudo ser feito dentro de uma regra mais clara, com uma arrecadação de impostos, do que ficar na mão de grupos, clãs, quadrilhas?”

Luiz Carlos Prestes Filho respondeu: “Com certeza! Eu fiz uma publicação recente ligada a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ onde nós debatemos um pouco esta questão dá não regulamentação dos jogos no Brasil. Com certeza chegou o momento de regulamentar. No mundo ocidental somente o Brasil proíbe os jogos de apostas em dinheiro e, eu concordo com o ex-presidente Mujica, hoje senador da República do Uruguai, quando perguntado se ele estava legalizando a maconha e ex-presidente disse “eu não estou legalizando nada, eu estou regulamentando algo que já existe”. Hoje este tema da regulamentação dos jogos é um tema que tem que vir para a pauta do Congresso Nacional. Eu acho que este trabalho tem que ser feito por deputados e senadores”.

Neste momento, Mario Sérgio Conti mostra a revista e informa sobre o tema...“tem vários artigos. Tem o Boni, tem o Carlos Lessa, tem o Zeca Pagodinho discutindo o tema da legalização e, sobretudo, no caso do Carnaval o jogo do bicho”.

Prestes então finaliza sugerindo: “Eu só tenho uma proposta. Se regularizar o jogo do bicho, que o dinheiro do jogo do bicho regulamentado sirva para fortalecer ainda mais o Carnaval”.


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