GANHAM O ESTADO E A SOCIEDADE

Cassinos, um negócio bilionário

Defensores dizem que, além da arrecadação de impostos, cassinos empregariam quem trabalha para o jogo do bicho, por exemplo

A regulamentação dos cassinos, discutida pelo governo federal, pode levar a uma arrecadação anual de até R$ 60 bilhões de faturamento bruto para as casas de aposta, além de R$ 20 bi em impostos, segundo estimativas.

“Estimamos que o jogo ilegal empregue cerca de 450 mil pessoas no Brasil. Essas pessoas passariam para o mercado legalizado, que teria outras 150 mil vagas para garçons, crupiês, seguranças e outros profissionais nos cassinos” diz Magno José, presidente do Instituto Jogo Legal.

Outros setores como os hotéis, que no passado funcionaram em parceria com as casas de apostas, aguardam o avanço da discussão sobre os jogos visando minimizar os efeitos da crise econômica.

“Compensaria as perdas de 22% que os hotéis tiveram no Espírito Santo até agosto, se comparado ao mesmo período do ano passado”, afirma Renato Luiz Ojeda, presidente da regional capixaba da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-ES). Segundo ele, Guarapari, Pedra Azul e a Grande Vitória têm perfil para sediar esses empreendimentos.

Sorte e trabalho duro

Veja algumas profissões e curiosidades dos cassinos:

Agente de vigilância

Postado em local com visão panorâmica, ele enxerga todo o salão na intenção de flagrar trapaças contra o cassino, também sendo ajudado por câmera.

Caixa

Lidando diretamente com as transações financeiras, o caixa, normalmente, é quem converte a troca do dinheiro dos apostadores em fichas para participar.

Pit Boss

Ele é o empregado que supervisiona os jogos e a conduta dos outros funcionários. Acima dele está o diretor de jogos, que coordena a segurança da casa, e atende clientes VIPs.

Crupiê/dealer

É o empregado dos cassinos que fica responsável por operar as mesas de apostas, distribuindo cartas, fornecendo dados.

Mais vagas

“Estimamos que, para cada cassino aberto no Estado, surjam de 30 a 40 vagas para artistas e técnicos como os de luz e som, contrarregras e maquiadores ”, diz Verônica Gomes, presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Espírito Santo (Sated-ES).

Viciada

Em 1873, o engenheiro inglês Joseph Jaggers estudou resultados de uma das roletas do Cassino de Mônaco e descobriu que ela estava desequilibrada. Ele ganhou U$S 400 mil apostando em números onde a probabilidade de a bolinha cair era maior.

Dominador

Dominic Loriggio ficou conhecido – e foi banido de alguns cassinos – em Las Vegas como o “dominador”. Ele criou uma técnica para se aproveitar da Física e arremessar os dados em um ângulo que aumentava as chances. Loriggio vende um DVD duplo, ensinando sua técnica, por 300 dólares.

Decepção

Um apostador foi “enrolado” por uma máquina caça-níqueis na Áustria, em 2011. O equipamento anunciou a vitória de Behar Merlaku, mas, ao pedir o resgate do prêmio de U$S 57 milhões, ele foi informado pelo cassino que tudo não passou de um “erro de software”.

Fraude

A probabilidade de conseguir a melhor mão no pôquer é de apenas 0,000154%. Diante de tal dificuldade, cassinos americanos desconfiam que o campeão mundial Phillip Ivey Jr tenha fraudado cartas do jogo, obtendo vantagem em sucessivas vitórias, em 2012.

Duelo

Apaixonado pelo blackjack, ou 21, o cantor americano Frank Sinatra também era dono de um cassino. Diz a lenda que, ao tentar desbancar um famoso jogador em Las Vegas, o cantor perdeu sucessivas vezes. Impressionado, Sinatra empregou o desafiante em seu cassino.

A sombra do vício

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 3% das pessoas que jogam atrasam suas contas por causa dos jogos e 2% dos jogadores são, de fato, doentes, viciados em jogo.

Fontes: Adriano Pratti (matemático), Magno José (presidente do Instituto Jogo Legal), Renato Luiz Ojeda (presidente da ABIH-ES), Verônica Gomes, presidente do Sated-ES, advogados tributaristas: João Cláudio Gonçalves Leal e Samir Nemer; economistas: Antônio Marcus Machado, Arilda Teixeira e Mário Vasconcellos, e pesquisa AT) (A Tribuna Vitória – Economia – Texto: Fábio Andrade – Arte: André Félix)